Melquisedeque Marins Marques. Por esse nome de dificílima pronúncia, pouca gente o conhece. Mas o apelido, Quinho, além de ser muito mais fácil para falar, é também a maneira pela qual ele ficou nacionalmente famoso. Era dele a voz do Salgueiro em alguns dos carnavais em que a escola de samba mais levantou a Sapucaí como “Peguei um Ita no Norte” de 1993 e “Tambor” de 2009.
Com a simplicidade que lhe é peculiar, aceitou o convite dos Doentes da Sapucaí, veio para São Paulo no sábado, dia 19 de maio, e foi a grande estrela da festa de lançamento do enredo de 2019 do bloco paulistano especializado em samba do Rio de Janeiro, que aconteceu no Bar da Aba, zona oeste da capital.
A combinação não podia ser melhor: a presença de uma lenda do samba carioca para apresentar o enredo “Os Doentes cantam as dez campeãs da Sapucaí”. Com a mesma empolgação apresentada nos dias de desfile, Quinho entoou várias canções, que entraram para a história nos 34 anos de existência do sambódromo carioca, e levantou a galera presente na festa do último sábado.
O enredo de 2019 dos Doentes da Sapucaí vai homenagear as escolas de samba que foram campeãs do carnaval do Rio de Janeiro desde a inauguração do sambódromo. Convidado de honra da festa de lançamento do enredo, Quinho foi campeão pelo Salgueiro nas duas vezes em que a escola levantou o título, em 1993 e em 2009.
Mas a maior campeã de todas desde a inauguração da Marquês de Sapucaí é a Beija Flor, que demorou a ganhar o primeiro título no sambódromo, que só veio em 1998, mas, depois disso, a escola de samba ficou com a taça em mais oito oportunidades: 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018.
Quem mais se aproxima da Beija Flor é a Mangueira e a Imperatriz Leopoldinense, que somam seis títulos na Marquês de Sapucaí. A Mocidade Independente de Padre Miguel aparce em seguida com cinco. Vila Isabel e Unidos da Tijuca foram campeãs três vezes. A Portela tem os mesmos dois títulos do Salgueiro. Enquanto Estácio de Sá e Viradouro ficaram com a taça apenas uma vez. Ou seja, serão essas dez escolas de samba as homenageadas no enredo 2019 dos Doentes da Sapucaí.
Para quem não sabe, o sambódromo do Rio de Janeiro foi idealizado em 1982 pelo então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, e por seu vice, o antropólogo Darcy Ribeiro, que dá até hoje o nome da passarela do samba. O nome, Marquês de Sapucaí, é o mesmo da avenida em que ela se localiza. O projeto ficou por conta de Oscar Niemayer, o mesmo arquiteto que esteve a frente da construção de Brasília. Foi ele o grande responsável pelos arcos da Apoteose.
Apesar de ser a casa do samba carioca, a Marquês de Sapucaí já recebeu outros tipos de evento. Na Olimpíada do Rio de Janeiro, por exemplo, o sambódromo foi sede das competições de tiro com arco e também da chegada da maratona.
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