SINOPSE

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“...não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. (Hebreus 7:1-3)"
Assim a Bíblia descreve Melquisedeque (2000 a.C.), rei da cidade de Salém, que significa "paz", a qual se acredita ter sido a cidade posteriormente conhecida por Jerusalém.
Em 1988 a União da Ilha do Governador homenageou Ary Barroso através do enredo "Aquarilha do Brasil", num delicioso e muito querido samba gravado por uma voz malandra, despojada, irreverente e até então pouco conhecida.
Nos anos seguintes a Ilha viria com sambas que passaram pra história, como "Festa Profana" em 1989 ("O rei mandou cair dentro da folia...") e "De Bar em Bar, Didi, Um Poeta" em 1991 ("Hoje eu vou tomar um porre..."), cantados sempre por esse mesmo exótico intérprete que já atraía a atenção de todos os amantes do carnaval. Seu nome: Melquisedeque, mais conhecido como Quinho, que anos depois iria se eternizar nas terras do Salgueiro.
Quinho mudaria os padrões de interpretação para sempre. Seus criativos cacos e sua alegria contagiante influenciaram intérpretes de samba-enredo por todo Brasil. Tornou-se praticamente impossível cantar um samba sem acrescentar gracejos e frases aleatórias nos silêncios, sem antecipar a letra, sem chamar o público e a escola pra cantar, pra sorrir e se arrepiar.
Por possuir um timbre mais ordinário do que belo era fácil identificar-se com sua voz e cantar junto, com liberdade, sem medo de ser feliz. Quinho era a voz do povo que ressoava nas gravações e nos microfones das quadras e da Sapucaí.
E ele sempre foi povo, sempre esteve junto da comunidade, do público, sempre solícito, disponível, mais um sambista entre sambistas.
Em 1991 Quinho iria para o Salgueiro, onde continuaria a brilhar com atuações marcantes, atingindo em 1993 sua glória máxima: a gravação do samba "Peguei um Ita no Norte", o famoso "Explode Coração na maior felicidade...", provavelmente o samba mais executado nas últimas décadas e que conquistou o campeonato daquele ano.
Sua personalidade livre e libertina faria Quinho deixar a vermelho e branco e passar por várias escolas, tendo passagens destacadas na Grande Rio, em São Paulo na Rosas de Ouro, Peruche, Vila Maria... mas Quinho já era mesmo do Salgueiro, onde cantaria de 2003 a 2014, tendo conquistado o título novamente em 2009 brilhando muito na avenida no enredo "Tambor", e depois de 2019 até seu falecimento em 03 de janeiro de 2024.
Os Doentes da Sapucaí tiveram o prazer, a honra e a glória de desfrutar da presença e da amizade desse gigante do carnaval em muitas festividades aqui em São Paulo, também na quadra do Salgueiro, onde ele sempre nos recebeu de braços e sorriso abertos. Sua satisfação era nítida, ele era um Doente! E todos os intérpretes que aqui estiveram sempre compartilharam o quão querido era Quinho do Salgueiro.

Saudade só deixou saudade...
Explode Coração...
Aaaaaarrepia Doentes da Sapucaí!!!
Vai pegar fogo no congá!!

de Salém ao Salgueiro,
Melquisedeque permanece para sempre,
nosso enredo é Quinho do Salgueiro, Alegria do Povo!!!