Sambas de Enredo Memoráveis - Década de 60
Salgueiro 1969 - Bahia De Todos Os Deuses
Bahia, os meus olhos estão brilhando,
Meu coração palpitando
De tanta felicidade.
És a rainha da beleza universal,
Minha querida Bahia,
Muito antes do Império
Foste a primeira capital.
Preto Velho Benedito já dizia
Felicidade também mora na Bahia,
Tua história, tua glória
Teu nome é tradição,
Bahia do velho mercado
Subida da Conceição.
És tão rica em minerais,
Tens cacau, tens carnaúba,
Famoso jacarandá,
Terra abençoada pelos deuses,
E o petróleo a jorrar
Nega baiana,
Tabuleiro de quindim,
Todo dia ela está
Na igreja do Bonfim, oi
Na ladeira tem, tem capoeira,
Zum, zum, zum,
Zum, zum, zum,
Capoeira mata um !
Composição: Bala / Manuel Rosa
Explicação do Samba / Contexto Histórico / Curiosidades
Dizia a lenda, que um tema baiano no desfile não dava sorte, além da falta de dinheiro da escola. Os carnavalescos Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona acharam a saída para a penúria: eles eram os responsáveis pela decoração do baile de carnaval do Copacabana Palace e, não à toa, fizeram as peças em vermelho e branco. O baile era no sábado, e o Salgueiro só desfilaria domingo... Não foi surpresa ver muitos daqueles adereços da festa do "Copa" na Avenida, ornando o desfile do Salgueiro. Além da criatividade de seus carnavalescos, o Salgueiro tinha um belo samba, cantado na Avenida por Elza Soares, a primeira mulher a puxar um samba na avenida e enredo da Mocidade em 2020, além de uma bateria afiada, comandada por Almir Guineto. A escola ainda tinha outro trunfo: organizada por Laíla, era a única das grandes que passava rápido pela Avenida. A estratégia era não cansar o público e deixar um gostinho de "quero mais". Foi a primeira vez que uma escola de samba abordou o sincretismo religioso, mostrando a associação entre orixás e santos católicos nos terreiros de candomblé da Bahia. O resultado não poderia ser outro: Salgueiro campeão do carnaval.
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