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Sambas de Enredo Memoráveis - Década de 60

Tupy de Brás de Pina 1961 - Seca no Nordeste

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Ô Ô Ô Ô Ô
Sol escaldante, terra poeirenta
Dias e dias, meses e meses sem chover
E o pobre lavrador
Com a ferramenta rude
Dá forte no solo duro
Em cada pancada parece gemer
Ô Ô Ô Ô Ô Geme a terra de dor Ô Ô Ô
Não adianta meu lamento meu Senhor
Ô Ô Ô e a chuva não vem
O chão continua seco e poeirento
No auge do desespero
Uns se revoltam contra Deus
Outros rezam com fervor

Nosso gado está sedento, meu Senhor

Nos livrai dessa desgraça
O céu escurece
As nuvens parecem
Grandes rolos de fumaça
Chove no coração do Brasil
E o lavrador
Retira o seu chapéu
E olhando o firmamento
Suas lágrimas se unem
Com as lágrimas do céu
O gado muge de alegria
Parece entoar uma linda melodia Ô Ô Ô Ô Ô 

Composição: 
Gilberto Andrade e Valdir de Oliveir

Explicação do Samba / Contexto Histórico / Curiosidades

A Tupy de Brás Pina tem como Escola Madrinha a Portela e pertenceu, em tempos áureos, à elite do carnaval carioca.

Em 61, a escola apresentou "Seca no Nordeste", que contou com lirismo e poesia as dificuldades da terra seca nordestina e se tornou um dos mais belos sambas de todos os tempos. Jamelão considerava seu samba favorito e eu considero um dos 12 maiores da década de 60.
Tupy cantou Caymmi antes da Mangueira, fez Manôa antes da Beija-Flor, mas em 2018, paralisou suas atividades, cedendo o lugar no Grupo D para a nova escola Botafogo Samba Clube.

Neguinho da Beija Flor: "Fico imaginando pessoas que desfilaram na Tupy de Brás de Pina ou que fundaram a escola que perderam noites de sono fazendo carnaval e hoje ouvem este samba, uma obra-prima desses dois compositores. Eu escolhi esse samba pela importância do samba, pela melodia, pelo tema... eles realmente foram muito felizes com esse samba. Parabéns a esses compositores!"

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